Vlw Cami *--*
Vlw Bru
Por causa das provas não postei semana passada, mas, aqui está, Cap. tamanho GG pra compensar a demora!! ^^
E lembrem, se um capítulo não sair na segunda, sai na próxima! ^-^
PS: Droga, esqueci de separa "O" de "Chamado" no nome do cap. ¬¬'
- O que diabos aconteceu? – perguntou Yumi, quando entramos em casa e sentamo-nos na mesa da cozinha. Eu peguei um jarro de biscoitos e coloquei em cima da mesa. Ela imediatamente começou a atacá-los. Por alguma razão desconhecida, sempre que estava nervosa ou curiosa, ela comia desenfreadamente. Eu esperei até que ela deixasse os biscoitos em paz antes de responder:
- E pergunta pra mim? Eu não sei o que aconteceu! Eu simplesmente caí e...
- E ele falou “É ela, não é?” – completou Yumi, com a boca cheia. Os farelos dos biscoitos voaram pela mesa. Eu limpei com um sopro.
- É. Mas aquilo pode ter sido com você...
- Ah, nada a ver. Eles estavam olhando diretamente pra garota dentro da água, e era você!
- Nós somos muito parecidas, podem ter nos confundido!
- Não tente escapar, mocinha. Eles falavam de você. – disse Yumi, num tom definitivo.
Eu estava nervosa. Qual razão o Avatar teria para saber quem eu era? Para falar daquele jeito, como se eu fosse uma divindade ou algo assim? Eu tremi ao lembrar de seus olhares sobre mim. Pareciam estar me esperando, ou algo do tipo. Eu corei só de pensar.
- HIKARII! – um grito e um encontrão na porta nos informava que alguém estava lá. Yumi levantou e abriu a porta. Um rapaz de cabelo vermelho feito fogo entrou, e parou na minha frente, fazendo força pra respirar. Eu me levantei, assustada. E o reconheci.
- Kaz! O que foi? – perguntei, apoiando a mão em seu ombro. Ele tomou fôlego:
- Desculpe entrar desse jeito, mas é urgente! O Mestre Pakku está chamando você!
Yumi engasgou com alguma coisa atrás de nós. Eu fiquei paralisada.
- Comigo?
- É!
- Porquê? O que eu fiz? Se foram as bombinhas de gelo da semana passada, eu juro que não queria machucar ninguém, era só uma pia...
- Não é isso, sua tonta! É algo sobre o Avatar!
- EU DISSE! Eu disse, Hikari! Vamos, vamos! – e ela puxou meu braço, fazendo-me sair de casa. Mas eu ainda estava paralisada. Comecei a correr para acompanhá-la, e Kaz nos acompanhou, correndo também.
Por incrível que fosse, Kaz não era um dobrador de água, e sim de fogo, e não havia nascido aqui. Ele era da Nação do Fogo. Seu cabelo vermelho era curto e sedoso, muito bonito. Ele era magro, mas um pouco musculoso, ágil e rápido. Seus olhos eram vermelhos, mas de um vermelho claro, quase laranja. Eram abrasadores. Usava roupas cinzentas, meio camufladas, com alguns cintos na calça e na camisa. Era uma roupa bem escassa para o frio, mas ele não sentia frio. Ele estava sempre quente. Era estranho.
Ele era realmente simpático, mas às vezes se tornava frio e distante. Era corajoso e irônico, do tipo de pessoa que não tinha vergonha de nada. Ele era meu melhor amigo. Praticamente um irmão, e eu o amava mais que tudo. E eu nunca havia contado a ninguém, mas queria que ele fosse mais do que um amigo... Ele era o rapaz mais lindo que eu havia visto na vida.
Ele achava engraçado o fato de eu ser desastrada. Sempre que eu estava prestes a cair, me machucar ou qualquer outra das catástrofes que aconteciam comigo, ele me salvava. Chegava a ser enervante. Mas eu não reclamava. Sabia que ele não fazia isso por mal...
- Rápido!! – chamou ele, e eu me apressei. As pessoas na calçada se afastavam e se comprimiam contra as paredes quanto passávamos. Eu podia imaginar: três adolescentes; sendo duas moças e um rapaz correndo em alta velocidade. Ao nos aproximarmos do primeiro vale de água, eu aumentei a velocidade e, ao chegar na ponta, pulei, quase flutuando, até alcançar a outra extremidade. Kaz uivou e bateu palmas.
- Estamos quase...! – gritou Yumi, correndo mais e apostando corrida com Kaz. Ambos odiavam perder uma corrida, e começaram a se empurrar e chutar. Eu ri e continuei avançando.
O Palácio da Tribo da Água do Norte se erguia a nossa frente, completamente feito de gelo e neve. Alguns guardas estavam de prontidão, mas, assim que nos viram aproximar, liberaram a passagem. Ao chegarmos no portão, paramos. Yumi alisou as roupas, Kaz se apoiou na parede para respirar e eu observei o símbolo de nossa tribo da grande parede de neve. E então enchi-me de coragem, empurrei os dois e entramos no Palácio.
Passamos por alguns corredores e enfim chegamos a Sala Principal, onde o Mestre Pakku assumia o posto de Líder da Tribo da Água do Norte. Extremamente velho, mas forte e intimidador, ele se levantou do trono quando nos aproximamos. Com um sorriso, abraçou Yumi, deu um aperto de mão em Kaz e abraçou-me, demorando um pouco mais me examinando.
- Você parece ótima, Hikari – disse ele, sorrindo novamente. Eu não conseguia pensar em pessoa melhor para comandar a Tribo da Água. Mestre Pakku era o melhor.
E então notei as quatro pessoas sentadas ao lado do trono dele, em pequenas cadeiras improvisadas de gelo. O Avatar me deu um sorriso simpático. Eu abaixei a cabeça, sentindo as bochechas ficarem vermelhas.
- Aproximem-se, jovens heróis – disse Pakku, e o seguimos, até ficarmos de frente com o Avatar e seus amigos. Kaz engoliu em seco. Eu pousei o braço em seu ombro. Ele me olhou, e eu dei um sorriso confiante. Ele se iluminou e pareceu se encher de confiança. Eu voltei meus olhos para eles, e o sorriso sumiu. Agora eu sentia vontade de vomitar.
- Acho que devo apresentá-los... Estes são Sokka, – e apontou o homem com o rabo de lobo guerreiro, que sorriu para nós, e fez Yumi engasgar de novo – Toph, – e apontou a moça de cabelos negros presos no rabo de cavalo, que sorriu e levantou a mão, num gesto de cumprimento – Katara – e a moça de cabelos castanhos e a lua crescente na testa levantou-se e veio até nós. Ela abraçou Kaz, Yumi e por último a mim, dando-me um beijo na testa. Eu corei. Seu abraço lembrava-me o de minha mãe...
- ...e Aang, o Avatar – terminou Pakku. Aang fez a mesma coisa que Katara, abraçando-nos um por um e a mim por último. Ele me deu uma piscadela travessa. Dessa vez eu engasguei e Yumi me deu um belo tapa nas costas, quase fazendo-me enfiar a cara na neve.
- Agora devo apresentar vocês. Estes são Kaz, – e ele apontou para Kaz, que fez uma reverência educada – Yumi, – Yumi disse “Olá” e levantou a mão num cumprimento – e Hikari – eu os observei, um por um, e murmurei um “Oi”.
Pakku se sentou em seu trono e me observou. E disse:
- Hikari, importa-se de dobrar a água e fazer algumas cadeiras de neve para vocês?
- Ah, claro... Senhor. – com dois movimentos rápidos, três cadeiras de gelo se ergueram, e sentamo-nos nelas. Katara se inclinou para a frente, como para me ver melhor.
- Bom, acho que devo pedir desculpas por chamá-las tão cedo. Mas era urgente.
- Tudo bem, estamos bem – disse Yumi, tropeçando nas palavras. Eu a olhei assustada. Ela nunca fazia isso.
- Bom. Acho que devo algumas explicações a vocês. Vocês viram quando o Avatar e seus amigos chegaram ontem?
- Sim – respondi.
- E vocês ouviram o que o Avatar disse quando Hikari caiu ridiculamente na água?
Fechei a cara. Yumi riu e falou:
- Sim, ele disse: “É ela, não é?”
Todos ficaram em silêncio.
- Sim, foi isso. – disse Aang, sério. Ele trocou olhares com Pakku, que falou:
- Hikari, existe algo sobre o seu passado que você não sabe. Yumi, isso também se aplica a você.
Ficamos em silêncio.
- Já ouviram a história da Princesa Yue, que tinha em si parte do Espírito da Lua, que deu sua vida para se tornar a própria Lua na Batalha do Cerco do Norte?
- Estudamos isso no colégio, na História da Tribo. Conhecemos a história. – disse Kaz.
Sokka fungou. Toph lhe deu um soco no ombro e ele caiu.
- Pare com isso, seu fresco – disse ela, cruzando os braços. Sokka fungou mais um pouco e se sentou novamente.
- Então... – disse Pakku, ignorando Sokka e Toph – Vocês são descendentes diretas de Yue.
Eu engoli em seco. Como era possível?
- Mas... Mas... – começou Yumi.
- O que ninguém sabia era que sua mãe era irmã da Princesa Yue. Ela fugiu da Tribo para aprender a dobrar a água para lutar. Ela voltou anos depois, e descobriu o que aconteceu com a irmã. Então se matou.
Todos ficaram em silêncio novamente.
- Então... Hikari... Aparentemente há um pedaço do Espírito da Lua vivendo em você. Por isso o Avatar demonstrou interesse em você. Há uma guerra se aproximando. Novas criaturas irão surgir. Antigos inimigos irão retornar. E talvez você seja a arma de que precisamos.
- Eu... Arma? Do que estão falando? – perguntei, assustada.
- Você é a destinada. Você é a Princesa da Neve. – disse ele.
Fiquei em silêncio.
- Este trono e o controle sobre a Tribo da Água do Norte pertencem a você. E a mesma coisa na Tribo do Sul pertence a Yumi.
Yumi arregalou os olhos, incrédula.
- Sei que é algo novo e estranho para vocês, mas está em seu sangue. Vocês devem comandar as Tribos Irmãs, como as irmãs que vocês são. E protegê-las nesta guerra que se aproxima.
- Sim, certo. Mas como exatamente poderemos ajudar...? – perguntou Yumi.
- Ninguém, ninguém no mundo consegue dobrar todas as dobras especiais da dobra d’água. Para isso, é necessário muito treinamento, paz espiritual... Mas você pode. – disse Pakku, com tanta calma como se dissesse que eu era a única no mundo a saber andar de bicicleta.
- Por isso você irá viajar conosco. Vamos treiná-la e você fará parte da Gaang. Lutará conosco na guerra que se aproxima.
- Eu... Eu não vou deixar Kaz e Yumi. – falei, mais alto do que queria.
- E quem disse que eles não virão? – perguntou Aang, sorrindo. – Eles também estão convidados.
Yumi deu um sorriso e Kaz estufou o peito, orgulhoso.
- Então... Acho que estamos dentro... – respondi, ainda atônita.
- Antes, precisamos fazer algo... Venham todos comigo. – disse Pakku, e levou-nos para o interior do Palácio. Chegamos até um lugar onde havia uma fonte de água límpida com o símbolo de Yin Yang e dois peixes nadavam. Katara, Sokka e Aang suspiraram. Toph permaneceu calada.
- Esta é a Fonte Espiritual. Por favor, entre nela. – disse Pakku, com a mão no meu ombro. Eu o olhei, assustada.
- Pra quê?
- Você vai descobrir. Vá.
Eu engoli em seco. Kaz apertou minha mão e sorriu. Eu respirei fundo e entrei na Fonte. A água era agradável, e os peixes imediatamente vieram até mim, circulando ao meu redor, enroscando-se em mim. Dei uma risada.
Estava mergulhada até a cintura. Mergulhei mais, até os ombros. E submergi.
E, incrivelmente, eu consegui respirar debaixo da água. Eu não estava assustada. Estava feliz. A água me fazia bem. Me senti mais forte, senti que todos os medos e desconfianças iam embora. E senti um formigamento na cabeça. Me virei, ainda embaixo d’água, e vi que me cabelo estava branco. Dei um grito de susto, mas apenas bolhas saíram. Como se não bastasse, meu cabelo estava crescendo, crescendo...
Estava enorme. Chegava até minha cintura. Minha franja estava reta, e havia um pouco de cabelo caindo ao lado dela, de ambos os lados. Eu estava maravilhada. Meu cabelo brilhava fracamente, branco contra a luz do luar.
- HIKARI! – gritou Yumi, nervosa. Levantei rapidamente, emergindo, e todos ofegaram. Estava eu tão diferente assim?
- Estávamos certos. – disse Pakku, com um sorriso. Eu saí da fonte e os peixes voltaram a nadar em círculos. Eu sequei o cabelo, desacostumada com ele tão longo.
- Você está linda. Muito parecida com a Yue – disse Katara, sorrindo. Sokka avançou e me abraçou, tirando-me do chão. Eu corei.
- Você vai assustá-la, Sokka – disse Aang, rindo. Sokka se afastou, com um sorriso, e eu sorri também. Sentia-me diferente. Mas não sabia mais em quê.
- Vemos vocês três amanhã de manhã, na frente do Palácio – disse Aang. – Começaremos nossa jornada. Espero que tudo corra bem. – ele sorriu e se retirou, com Katara, Sokka e Toph.
- Acho melhor você ir pra casa. Estejam todos aqui amanhã de manhã – disse Pakku, abraçando-nos. Saímos do Palácio, e, na rua, as pessoas me encaravam. Eu estava nervosa.
Yumi não parava de mexer no meu cabelo, tagarelando sobre novos penteados e sobre a beleza do cabelo. Eu suspirei. Ao chegarmos em casa, Kaz puxou-me para o lado e, assim que Yumi entrou em casa, ele sussurrou no meu ouvido:
- Você ficou mais linda ainda com esse cabelo, Hikari. – e, com um sorriso, se foi.