Vai ser hoje mesmo G (:
Tem uma semana pra ler Cami. Don't worry ^^
Own, briigadex *--*
Seguindo seu conselho õ/
Siim, a partir do próximo, Cap. 4, vai rolar Kataang e um novo shipper... Aguardem pra ver xD
E agora... CAPÍTULO!
Essa foi a pior noite da minha vida.
Assim que chegamos em casa, Yumi e eu pegamos duas mochilas e colocamos algumas roupas e itens. Depois disso, ficamos andando feito zumbis pela casa, tocando em cada móvel, sem saber se veríamos tudo aquilo de novo. Depois disso Yumi fez sua melhor especialidade na cozinha, e eu limpei a casa toda, cobrindo os móveis e deixando tudo impecavelmente arrumado. Nós jantamos em silêncio. Estávamos assustadas e excitadas demais para falar algo.
Depois do jantar, nós nos sentamos juntas na sala e acendemos a lareira. Ficamos caladas. Eu sentia falta de Kaz. Agora que estava tão estressada e nervosa queria que ele estivesse perto de mim...
- Então... – começou Yumi.
Permaneci calada.
- Esta é uma jornada sem retorno – disse ela. Eu assenti com a cabeça – Está pronta pra ela?
Eu suspirei.
- Não temos escolha. Somos destinadas a isso – respondi. Ela franziu a testa.
- Sempre há uma alternativa. Podemos desistir...
- Eu não vou desistir. O mundo precisa de nós. Vai dar as costas à eles?
Ela baixou a cabeça.
- E se eles vierem pra Tribo do Norte? Destruírem nossa casa? Nossos amigos?
Ela continuou em silêncio.
- Se você não quer ir, pode ficar. Eu e Kaz vamos.
- É disso que estou falando! – ela explodiu, de repente – Você foi escolhida! Eu não! Porque eu tenho que ir?
- Porque sempre estivemos juntas! Fazemos tudo juntas! Nunca nos separamos! – gritei.
- Talvez seja a hora de nos separarmos – ela murmurou, séria. Eu pisquei.
- Você está brincando, certo? – perguntei. Ela fez que não com a cabeça.
Ela saiu da sala e foi em direção ao quarto. Virou-se e sussurrou:
- Vejo você de manhã - e trancou a porta.
Eu levantei e fui até a porta. Abri e deixei o vento frio e a neve tocarem meu rosto. Depois saí, tranquei a porta e caminhei até a casa de Kaz.
Ele estava sentado junto à lareira, brincando de acender e apagar as chamas com a dobra de fogo. Eu bati na porta uma vez e entrei. Ele sorriu ao me ver, mas era um sorriso triste. Ele estava desanimado, talvez até assustado.
- Oi – falei, sentando-me ao lado dele. Ele se inclinou em minha direção.
- Olá – respondeu, observando o fogo. Eu não sabia por onde começar. Era madrugada, e ambos devíamos estar dormindo. Pigareei e comentei:
- Acabei de brigar com Yumi.
- Por quê? – ele pareceu perturbado.
- Não sei. Ciúme, talvez – esfreguei os olhos. Estava morta de cansaço, mas ao mesmo tempo estava desperta e ativa. Ele me olhou nos olhos.
- Ela vai voltar ao normal. Não esquente por causa disso.
- Mas... Ela disse que... Que talvez fosse hora de nos separarmos...
- Bobagem. Ela não faria isso. Na hora da raiva as pessoas falam coisas sem parar pra pensar.
- Mas e se..
E então eu me calei. Kaz puxou minha mão e beijou-me, tirando meu fôlego. Eu fechei os olhos enquanto seus lábios pressionavam os meus, nervosos e quentes. Ele se afastou após alguns segundos, e baixou a cabeça. Eu estava tonta.
- Eu vou com você. Pra qualquer lugar. A qualquer hora.
- Mas nós podemos mo...
- Se eu morrer ao seu lado, será a morte mais feliz que posso imaginar – disse ele, sério.
Eu mal conseguia respirar. Sentia como se cada nervo do meu corpo estivesse em curto-circuito.
- Eu vejo você amanhã de manhã – ele se levantou – e quanto à Yumi, dê tempo a ela. Você vai ver. Ao amanhecer, ela terá voltado ao normal.
Eu entendi isso como um “boa noite, fora daqui!”
Levantei e fui até a porta. Ele acenou. Fiz o mesmo e voltei pra casa.
Aquela tinha sido a noite mais estranha de toda a minha vida. Agora só restava voltar pra casa e encontrar leopardos polares mutantes assassinos devorando nossos móveis. Ao entrar em casa, tranquei a porta e verifiquei os móveis. Com a minha sorte, os leopardos teriam devorado até mesmo Yumi. Fui até o quarto e troquei de roupa. Me sentei na cama e encontrei minha mochila de viagem. E então lembrei de algo indispensável. Remexi na minha cômoda de cabeceira até encontrá-la: uma foto em que Yumi, Kaz e eu estávamos juntos, enquanto nevava ao nosso redor. Eu a guardei na mochila, larguei-a no chão e deitei-me. Foi um sono simples e sem pesadelos.
***
Acordei com o barulho da chuva caindo. Tomei um banho, vesti-me rapidamente e coloquei a mochila nos ombros. Ao sair do quarto, pretendendo, como a covarde que era, sair correndo porta afora, tive uma surpresa: Yumi me esperava na porta, de roupas limpas, mochila nos ombros, cabelo penteado e um sorriso tímido no rosto. Eu me aproximei dela e a olhei nos olhos. Eles passavam uma simples mensagem: “Desculpe”.
- Você dorme demais – disse ela, fazendo beicinho.
- Olha quem fala – respondi. Ela riu.
- Já peguei tudo o que precisamos. Podemos ir – ela saiu.
Eu me virei e observei a casa pela última vez. Um bolo se formou em minha garganta. Era como abandonar alguém que eu amava... E a imagem de Kaz veio à minha mente.
Balancei a cabeça, insegura. Passei os olhos novamente pela sala, a cozinha, a lareira e todos os lugares marcados no meu passado e saí para a chuva. Ela começou a caminhar na direção do Palácio, onde alguém de cabelos vermelhos já aguardava...
- Com certeza você dorme mais que ele – riu Yumi. Nós caminhamos juntas e, ao chegarmos ao Palácio, Kaz nos recebeu com um sorriso.
- Eles estão vindo – informou ele, inquieto. Alguns minutos depois, Aang, Katara, Sokka e Toph apareceram, e nos guiaram até um lugar, atrás do Palácio, onde havia um animal gigantesco. Kaz começou a gaguejar:
- Isso é...é... u-um..
- Bisão voador – disse Aang, sorridente. Kaz parecia prestes a desmaiar. Um pequeno lêmure saltou do nada e se jogou nos ombros de Kaz, lambendo minha orelha.
- Esse é o Momo. Nosso mascote – disse Katara com um sorriso. Momo era realmente adorável.
- Vamos, todos para o Appa! – disse Aang, animado.
Todos subimos a bordo e, com um aceno de despedida para Pakku, levantamos voo.
Todos estavam em silêncio. Éramos estranhos viajando com estranhos, todos estavam nervosos.
- Alguém.. Alguém pode nos explicar o porquê disso tudo? – perguntou Yumi de repente. Ela evitou olhar para alguém. Katara se mexeu e se aproximou de nós. Ela pigarreou:
- Conhecem a história da Princesa do Fogo? Da última Guerra?
Eu fiz que sim com a cabeça
- As pessoas estão tratando como boatos, mas... Ela, Azula, fugiu da prisão da Ilha Ember. Ao mesmo que Ozai, seu pai, fugiu da outra prisão.
Kaz aproximou-se, atento.
- Eles estão conquistando os soldados do fogo, afim de iniciar uma nova guerra.
- Mas vocês podem detê-los, não? – perguntou Kaz, desconfiado. Katara riu, sem graça:
- Dessa vez é diferente. Enquanto procurávamos por vestígios dos Nômades do Ar, descobrimos, numa biblioteca no deserto...
Aang pigarreou. Aquele parecia não ser um assunto bom pra ele. Katara o ignorou.
- ...lendas que contavam a história do começo do mundo. Dos primeiros dominadores e do primeiro Avatar. E junto das lendas haviam fatos reais. Então começamos a procurar saber mais sobre o assunto.
- Como é a lenda? – perguntei, curiosa.
- Reza a lenda que, no começo do mundo, seis espíritos escolheram criar um mundo onde os humanos pudessem ter suas habilidades. Cada espírito dominava um elemento, e escolheram viver em forma sobre-humana, escondidos, para ajudar os humanos, caso precisassem. Então, por meio de consenso, decidiram que dariam à uma pessoa por vez, o poder sobre todos os elementos. Nascia assim, a civilização e o primeiro Avatar.
- Incrível... – sussurrou Kaz.
- Uma curiosidade sobre esses espíritos é que criaram um Clã próprio. E que elas são capazes de realizar profecias, e de ajudarem essas profecias a se cumprirem, se quiserem. Antes mesmo de nós nascermos, elas fizeram uma profecia sobre A Segunda Guerra. Nós encontramos a profecia, e tudo o que ela fala realmente aconteceu. Ou está acontecendo.
Nesse meio tempo, Toph vasculhou uma bolsa e entregou a Katara um pedaço de pergaminho amassado e sujo. Ela o abriu e recitou:
Nos quatro cantos do mundo, heróis foram abençoados;
Dois desconhecidos, dois já encontrados;
Na extremidade norte, os desconhecidos aceitarão sua jornada;
Com dedicação e fé, entrarão nessa armada.
A Princesa enlouquecida, no fogo, queima seu ódio;
O Rei derrotado, no escuro, consome sua dor;
O Traidor desaparecido, no fundo, paga por sua desgraça;
E o Príncipe, cercado de ilusão, tenta manter as batidas do seu coração.
A Sul, irão encontrar as Deusas da Alvorada;
Descobrir seus poderes, a paz tão almejada;
Despertando suas habilidades em visão da vitória;
Encontrarão seu destino, vencendo no caminho toda a escória.Todos ficaram em silêncio. Kaz estava petrificado. Yumi, no entanto, encarou a situação com sangue frio:
-Vocês já desvendaram a Profecia?
- Estávamos esperando encontrá-los para fazer isso – disse Aang, e, com um aceno de mão, deixou Appa sozinho e sentou-se conosco.
- Vamos analisar por partes – disse Sokka, animado –
Nos quatro cantos do mundo, heróis foram abençoados.- Nas quatro nações existem pessoas que possuem algo de especial, – pensei, apoiando a mão no queixo – provavelmente indispensável para a batalha.
Todos me encararam.
- O quê? – perguntei, assustada. Aang riu:
- Você daria uma ótima estrategista – comentou, feliz. Eu sorri, sem graça. Dessa vez ele recitou:
-
Dois desconhecidos, dois já encontrados...- Se aqueles que procurávamos eram Hikari, pela Tribo da Água, e Kaz, pela Nação do Fogo, sobram eu, pelo Reino da Terra e o Pés Pequenos, pelos Nômades do Ar.
- Faz sentido – disse Aang, ignorando o apelido. Sokka riu.
- Minha vez – disse Katara, e recitou:
Na extremidade norte, os desconhecidos aceitarão sua jornada; Com dedicação e fé, entrarão nessa armada.- As pessoas encontradas no Norte aceitariam a missão, e, com confiança, entrariam na jogada – disse Kaz, animado. Sokka assentiu com a cabeça.
- Agora eu! – Yumi agarrou o pergaminho e leu -
A Princesa enlouquecida, no fogo, queima seu ódio;O Rei derrotado, no escuro, consome sua dor; O Traidor desaparecido, no fundo, paga por sua desgraça; E o Príncipe, cercado de ilusão, tenta manter as batidas do seu coração.- “A Princesa Enlouquecida” é a Azula – disse Katara, tremendo.
- “O Rei derrotado” é Ozai, com certeza – comentou Aang.
- E “O Traidor desaparecido”... Quem é? – perguntou Sokka.
Ficamos em silêncio. Ninguém tinha palpites para dar.
- E o Príncipe, cercado de ilusão, tentanto permanecer vivo? Príncipe Zuko? – perguntei.
- Talvez ele esteja cercado por traidores... Precisamos falar com ele – disse Aang, preocupado.
Kaz tomou o pergaminho de Yumi e leu:
-
A Sul, irão encontrar as Deusas da Alvorada; Descobrir seus poderes, a paz tão almejada.- Vamos encontrar as Megami no Sul... Talvez próximo à Tribo do Sul, descobrir seus poderes e o segredo da paz, do fim da guerra – disse Toph.
- Perdão – comecei, assustada – mas vamos encontrar as quem?
- Megami – repetiu Toph, confusa – é o nome do clã delas.
- Ah, certo. Desculpe – respondi. Ela deu um sorriso.
- Porquê Deusas da Alvorada? – perguntou Kaz.
- Porque graças a elas aconteceu o primeiro Alvorecer. Graças a elas existiu um mundo para ver o primeiro Alvorecer.
Estendi a mão para Kaz. Ele me passou o pergaminho. Eu li:
-
Despertando suas habilidades em visão da vitória; Encontrarão seu destino, vencendo no caminho toda a escória.- Despertaremos nossas habilidades, visando o fim da guerra... E venceremos os inimigos, encontrando no fim nosso destino? – perguntou Yumi.
Aang assentiu.
- Pelo menos a Profecia acaba em tom otimista – disse Sokka.
- Se não acabasse, nós a enfrentaríamos do mesmo jeito – disse Toph, dando um chute em Sokka.
Katara riu.
- Por enquanto vamos passar por cada passo de cada vez. A primeira coisa que precisamos fazer e entrar em contato com Zuko.
- Assim que chegarmos em terra. Vamos descansar um pouco – disse Aang, com um bocejo. Recostou-se e fechou os olhos. Eu fiquei a observar o mar, até sentir que mergulhava novamente num sono tranqüilo e sem sonhos...