CAPÍTULO SETEA TRAIÇÃONos próximos dias, tudo continuou do jeito que estava, Lee e Azula ainda conseguiam manter seu romance em segredo. Mas Azula percebeu que Hya estava sempre grudada neles quando tentavam permanecer juntos. Zuko também parecia estar tentando encontrar a princesa sozinha, mas Lee, sem dúvida, já havia percebido e recomendou a Azula que sempre estivesse acompanhada. Mai também estava um pocuo distante de Azula. Apenas Lee, Ty Lee e Ozai ainda estavam tratando-a como sempre.
A nova cozinheira, Yan, mostrou-se insolente, atrevida e bisbilhoteira. Sempre que Azula e lee estavam juntos, ela aparecia e Azula logo fingia odiar Lee, embora a cada dia tivesse menos sucesso. Ela também olhava Lee com carinho no olhar e olhava Azula com desconfiança. Azula às vezes se perguntava se Yan não estaria se apaixonando por Lee. Mas assim que ouvia as batidas na janela, esquecia tudo isso.
Ela e Lee haviam planejado um novo esquema de se encontrarem. Lee devia ir até a parte de trás do palácio, que era ligada a janela de Azula. Deveria soltar faíscas de fogo na janela. Se Azula fosse até a janela e soltasse um raio na árvore mais próxima, ele poderia subir. Se ela não o fizesse, era porque havia alguém no quarto ou alguma razão para ele não subir.
Todas as noites este novo "plano" havia dado certo. Mas, certa noite, enquanto eles estavam juntos no quarto, logo após Lee ter ido embora, Azula deitou-se para dormir e viu um bracelete em cima da mesa-de-cabeceira. Lee havia esquecido. Azula sentou-se e ficou pensando se valeria a pena arriscar que a vissem só para devolver um bracelete. Mas ela levantou e, vestindo seu robe de seda vermelho e dourado, ela saiu silenciosamente do quarto. Atrevessou um, dois, três corredores, sempre tentando correr e ser silenciosa ao mesmo tempo. Ela virou um canto e deparou com um barulho sendo abafado. Seguiu e parou a porta do quarto do qual vinha o barulho. Era o quarto de Zuko.
Azula congelou. O que seu irmão estaria fazendo? E porquê todo este barulho? Azula abriu a porta um pouquinho e viu Zuko dobrado na cama. Ele se afastou em direção ao armário e Azula pôde ver o que estava em cima da cama. Uma mochila. Quase cheia. Azula pensou: "Para quê Zuko está fazendo as malas? A não ser que... Eu tinha razão! Ele vai nos trair!"
Azula ficou tão animada com o pensamento de que seu pai agora tinha uma razão para não só banir Zuko, mas liquidá-lo, que tentou entrar no quarto sem ser vista e tropeçou no degrau do quarto. Zuko levantou a cabeça. Olhou Azula nos olhos. Azula viu ódio no olhar de Zuko. Zuko levantou a mão e Azula pulou fora do quarto no instante em que uma rajada de fogo passou raspando pela sua orelha direita. Azula correu, correu o mais que pôde, escorregando um pouco. Entrou atrás de uma cortina e Zuko passou a toda velocidade pela cortina. Azula esperou para que o barulho dos passos de Zuko sumissem e correu até o quarto de Lee. Bateu na porta e esperou, o coração num galope desenfreado pela corrida para fugir de Zuko. Lee abriu a porta e viu Azula com o rosto suado e vermelho.
- O que foi? -perguntou ele nervoso.
- Tenho novidades... Tranque a porta. - disse Azula, entrando e se encostando na parede para respirar. Ela nunca havia entrado no quarto de Lee antes.
As paredes estavam cobertas por um papel de parede gasto e velho vermelho mas, com o tempo, já estava roxo. Nas paredes, quadros gastos e velhos; a maioria deles mostrava uma mulher magra, de rosto feliz, sempre acompanhada por um menininho de olhos verdes sorridente. Azula parou e esqueceu, por um instante, o que estava fazendo ali. Virou-se para Lee.
- Quem é ela? - perguntou Azula, apontando para os quadros. Sabia que o menino era Lee pela cor dos olhos. Mas a mulher...
- É minha mãe. Morreu há três anos. - disse Lee.
- Mas... Você não tem pai? - perguntou Azula.
- Não. Meu pai deixou a mim, minha irmã, e minha mãe no reino da terra.
- Você... Você tem irmã? - perguntou Azula.
- Tenho. O nome dela é Suki, ela vive na ilha de Kyoshi. Não há vejo há três anos. Espero que esteja bem. - disse Lee, enxugando uma lágrima nos olhos - Eu me mataria se algo acontecesse a ela.
Azula congelou. Suki era irmã de Lee? Mas... Ela estava na Pedra Fervente, como prisioneira de Azula! Se Lee descobrisse... Deixaria Azula! Mas... Era quase impossível que ele não descobrisse. Azula tinha que fazer alguma coisa. Tinha que... Libertar Suki. Mas, se mandasse fazerem isso, despertaria suspeitas... Então teria que libertá-la sozinha. Mas, como explicar a Lee? Como escapulir do Palácio poucos dias antes da Invasão do Avatar? E, mais inquientante ainda, como ir até a Pedra Fervente?
"Preciso afastar isso da minha cabeça" pensou Azula. "Isso pode esperar. Eu vou dar um jeito..."
- Você está bem? Está pálida. - disse Lee, erguendo uma sobrancelha.
- Estou... b-bem. - disse Azula.
- Bom, eu ia perguntar porquê você veio pra cá. Não que você esteja atrapalhando mas... Tem algum motivo?
- Você esqueceu seu bracelete. - disse Azula automaticamente, estendendo a mão com o bracelete para Lee e com os pensamentos voando a toda velocidade.
- Essa era a novidade que você disse? - perguntou Lee, rindo.
- Não! - disse Azula, sacudindo a cabeça, contrariada - Eu passei pelo quarto de Zuko. E o vi arrumando uma mochila. Ele vai fugir. Vai nos trair!
- O príncipe? Você tem certeza? - perguntou Lee desconfiado.
- Claro! Eu tentei chegar mais perto, tropecei, ele me viu, e tentou me queimar. Saí correndo com ele na minha esteira, me escondi, ele pasosu direto e então eu vim pra cá.
- Ele tentou queimar você? - perguntou Lee furioso.
- Sim. - disse Azula, dividida entre o desejo de continuar discutindo a possível traição de Zuko e o desejo de beijar Lee, pois ele estava furioso porque alguém tentou machucar sua princesa!
- Mas você está bem? - peguntou Lee, puxando Azula pelo braço e examinando-a atentamente.
- Estou Lee, não se preocupe...
- Eu vou voltar com você para o seu quarto. - disse Lee decidido, segurando a maçaneta da porta.
- Você é tão... - disse Azula num sussurro e puxou Lee para seus braços. Lee abraçou-a fortemente e beijou-a. Eles permaneceram juntos, unidos pelos lábios e pelo abraço. Lee puxou Azula para a cama. Neste momento, alguém bateu na porta do quarto. Azula parou. Lee também. Bateram com mais força na porta do quarto.
- Esconda-se debaixo da cama! - disse Lee. Azula se enfiou embaixo da cama, sentindo-se ao mesmo tempo ofendida por estar num lugar assim e assustada com a perspectiva de ser descoberta embaixo da cama de Lee.
- Já vou! - disse Lee, verificando se Azula estava bem escondida e abrindo a porta. Hya entrou no quarto.
- Tem alguém aqui. - disse ela, franzindo o nariz.
- Claro, eu estou aqui! - disse Lee aborrecido.
- Além de você e de mim. - disse Hya abrindo a porta do guarda roupa.
- Você está louca. - disse Lee, puxando-a pelo braço.
- Opa, opa, opa, cuidado. Posso dar queixa de abuso ao Senhor do Fogo. E sua princesa não ia querer saber disso, não é?
- CALE A BOCA! - disse Lee.
- NÃO CALO NÃO! ELA ESTÁ AQUI! Posso sentir!! - disse Hay, sorrindo de um modo doentio e levantando o colchão da cama.
- Se você não sair daqui agora, direi a princesa Azula que você andou mexendo nos perfumes dela! - disse Lee.
Hya parou.
- Bom, já que colocou nestes termos... Mas, fique avisado Lee. Se você descuidar um dedinho sequer, eu entrego você! - disse Hay e saiu batendo a porta do quarto.
- Aquela piranha andou mexendo nas minhas coisas? - perguntou Azula, saindo de debaixo da cama e indo em direção a porta. Lee agarrou-a.
- Ela ainda pode estar na porta, fale baixo... - disse Lee. Os dois pararam. Então ouviram resmungos e passos subindo os corredores. Estavam seguros agora.
- Ainda quer me acompanhar até o quarto? - perguntou Azula, num tom de fingida dúvida.
- Quero. Mas precisamos ter mais cuidado daqui pra frente. É oficial, ela está de olho em nós.
- Concordo. Vamos logo então. - E eles saíram do quarto pé ante pé, até chegarem no quarto de Azula. Os dois entraram. E se beijaram... Por longos minutos, Azula esqueceu de Suki, de Hya, de Zuko... De tudo... E, quando Lee saiu do quarto, após ter-lhe desejado uma boa-noite com mais um beijo e uma promessa de amor eterno, Azula se perguntou se, por mais incrível que fosse, poderia desistir da guerra para ficar com Lee.
- Então você tinha razão... Zuko realmente é um traidor! - disse Ty Lee.
- Que sorte, hein? - perguntou Azula.
No outro dia, Azula estava sonolenta, mas feliz. Durante a manhã, sempre que encontrava Lee, Hya parecia estar grudada nos calcanhares deles. Então Lee tratava de fazer Azula tropeçar e gritar: "Perdão Alteza!" e Azula gritar: "Não há perdão, eu odeio você!" e Lee gritar: "Eu te odeio mais!" e se afastarem com o nariz empinado. Mas, logo que Hya sumia de vista eles voltavam, pediam desculpas um para o outro e se beijavam vorazmente, coisa que Ty Lee achava motivo de graça.
- Sorte porquê? - perguntou Ty Lee, franzindo a testa.
- Porquê eu não tinha certeza se Zuko realmente viria a nos trair. Achava que sim porque tudo indicava. Mas não tinha provas concretas sobre a traição.
- Aaahh. Mas o que importa? É verdade mesmo, você acertou, de chute ou não. Deve ser por isso que Mai quase não vem mais ao palácio.
- O quê? - perguntou Azula, distraída.
- Mai está a um tempo sem aparecer por aqui. Acho que ela pensa que você está armando para o Zuko.
- Tanto faz... Eu estava certa.
- Mas... Você vai contar para o Senhor do Fogo? - perguntou Ty Lee.
- Vou. Mas não hoje. Vou amanhã. - disse Azula.
- Porquê? - perguntou Ty Lee.
- Porque quero ter um tempo para argumentar que eu sempre estive certa, que Zuko não merece perdão, e o blábláblá típico de sempre. - disse Azula, observando suas unhas, indiferente.
- Tá bom. Boa sorte. Tenho que ir, já está tarde. - disse Ty Lee, levantando-se da grama.
- Tchau. - disse Azula, levantando-se também. Ty Lee seguiu em direção aos portões. Azula seguiu em direção ao quarto. Esperaria por Lee lá.
Azula entrou no quarto, deitou-se e deixou seus pensamentos voarem. Pensou em Suki, prisioneira na Pedra Fervente. Pensou em Lee, no que ele faria se descobrisse que Azula prendera Suki. Pensou em Ozai, no que ele faria quando tivesse a notícia de que Zuko era um traidor. Pensou em Zuko, preparando-se para fugir. Pensou em Mai, que seria largada sem a menor cerimônia por Zuko. E pensou nela mesma, entre duas decisões difíceis. Seguir o amor, com Lee, ou seguir a guerra, com Ozai? Seus devaneios foram interrompidos pela faísca de fogo de Lee. Ela levantou-se com esforço e lançou o raio na árvore mais próxima. Lee subiu. Olhou para Azula.
- Você parece triste.
- Eu sei... Estou desanimada.
Lee beijou-a, evidentemente querendo animá-la. Ela até se animou e abraçou Lee. Eles se deitaram. Azula sentia-se tão bem e protegida sob os braços de Lee. Até que alguém esmurrou sua porta. Eles se levantaram.
- Agora é a sua vez de ir para debaixo da cama. - sussurrou Azula e empurrou Lee para debaixo de sua cama. Lee permaneceu quietinho embaixo da cama. Azula mirou-se no espelho e arrumou o cabelo para parecer estava dormindo. Abriu a porta.
Zuko entrou no quarto, lívido de fúria. Trancou a porta do quarto e encarou Azula. Azula recuou e bateu numa cadeira. Embaixo da cama, Lee estava pronto para agir caso Zuko tentasse machucar sua princesa.
- Então, você me viu. - disse Zuko.
- Vi. E vou dedurar você. - disse Azula.
- Do mesmo jeito que era quando éramos crianças, não é? Você sempre está na minha cola, tentando me pegar fazendo algo proibido para me dedurar e me ver ser castigado enquanto você fica no camarote, apreciando o show. - disse Zuko.
- Fazer o quê, Zuzu? É o meu trabalho! E amanhã vou contar ao papai que você vai fugir e ele vai prendê-lo na Pedra Fervente e você nunca mais poderá envergonhá-lo! Ou quem sabe ele me dá o prazer de travar um Agni Kai com você e eu termino o trabalho que ele começou dando a você esta cicatriz!
Azula caiu, sangrando. Zuko lhe jogara no rosto um pedaço do espelho que Lin quebrara há tanto tempo atrás. Zuko avançou para Azula, segurando outro pedaço de vidro. Lee saiu de debaixo da cama, apanhou uma cadeira e jogou-a em Zuko, que caiu. Lee lançou uma rajada de fogo que queimou o braço de Zuko.
- Se você machucar a minha princesa de novo, você vai se arrepender. - disse Lee, furioso. Zuko levantou e, com uma careta, saiu do quarto, segurando o braço queimado. Lee se virou para Azula. Ela estava sangrando. E o corte parecia feio.
- Eu vou ajudar você. - disse Lee, segurando Azula e ajudando-a a se levantar.
- Para onde você vai me levar? - perguntou Azula com a voz pastosa.
- Não fale. Só me siga. Confie em mim. - disse Lee, abrindo a porta e saindo com Azula em direção aos portões do palácio.
Anny - Admin - Tribo da Água" Lutar Sempre, Vencer talvez, Desistir Jamais."