Boom.. Finalmente pronto... hahaha
Cap novo, acabou de sair do forno!
Espero que vocês gostem... Sei lá... Achei meio estraaanho... kkkkkk
E como sempre, não se esqueçam dos coments no final do cap ^^
E desculpa pela demora... hahaha
Capítulo V - Antigos Pesadelos
”Eu corria desesperadamente no meio de uma floresta escura em direção ao desconhecido. Estava fugindo de alguma coisa, mas parecia nunca alcançar uma distância suficiente entre nós. Empenhava todas as minhas forças na fuga e começava a ficar sem fôlego. Tentei dobrar o ar para me mover rapidamente, mas não funcionou. Tentei repetidas vezes, nada! Impulsionei o chão com força e me preparei para deslizar sobre ela usando dobra de terra, mas só o que consegui foi cair de cara no chão. Ouvia os barulhos e gritos se aproximando pela floresta, e me apavorava a idéia de estar sem dobras para me defender. Água e fogo também falharam, me deixando ainda mais desesperado. Só me lembrava de isso ter acontecido em uma ocasião, mas esse lugar não parecia nem de longe fazer parte do Mundo Espiritual. Mas agora não havia tempo para pensar nisso, eu precisava fugir. Me levantei e corri ainda mais rápido do que antes, tanto quanto minhas pernas permitiam. Em alguns minutos alcancei o litoral, e vi que atracado a um cais improvisado havia um grande navio negro. Me lancei em sua direção e podia ouvir os ruídos diminuindo atrás de mim. Em poucos segundos já estava seguramente abrigado dentro daquela fortaleza flutuante. Mas eu já não era mais eu.”
- Eu estou preocupada com ele. – Katara finalmente falou aquilo que a consumia à quase uma hora, interrompendo o silêncio que estava na sala.
- Não há necessidade, Katy. Ele só está dormindo. – Caynne tentava consolar sua amiga, mas não conseguia disfarçar completamente a agonia em sua voz.
- Só dormindo? Eu também pensava isso. Quatorze horas atrás! Você também viu como ele está! Agitado, suando frio, com febre e até mesmo murmurando. E o que mais me assusta é que ele não acorda de jeito nenhum! Já tentei tudo que podia imaginar, mas ele continua naquele estado.
- Não se preocupe, Katara... Ele é muito forte, já agüentou muitas coisas. Não vai ser um simples pesadelo que vai derrubá-lo. – Anila, uma jovem dobradora de ar que havia chegado poucos dias antes, junto com um pequeno grupo de dobradores de ar, e que era uma das melhores aprendizes e amigas de Aang, parecia não se incomodar com a situação. A sinceridade em sua voz e o sorriso maroto no canto dos lábios teve um efeito tranqüilizador no ambiente.
Todos queriam acreditar no que ela dizia, e por isso ninguém questionou de forma alguma. Todos que se encontravam na sala começaram a conversar animadamente, tentando enterrar qualquer restinho de preocupação. Caynne brincava com Gran Gran e Hakoda, fazendo piadas sempre que possível, e não havia como não pensar nela como uma forma “feminina” do Sokka adolescente. Zuko ouvia a conversa dos três e não deixava de rir de vez em quando, mas a sua preocupação com sua família não o permitia relaxar completamente. Zelon estava junto com os dobradores de ar, completamente maravilhado em vê-los. Era muito fascinante para ele conviver com tantos daqueles que ele imaginava que não existiam mais. Apenas Katara estava quieta em um canto, o mais perto possível da porta do quarto de Aang, ainda remoendo seus pensamentos.
Do nada um horrível grito de dor, pior do que qualquer que já fora ouvido por alguém naquele cômodo, invadiu o ambiente.
- AANG!!! – Katara levantou de um pulo e entrou correndo no quarto, seguida por todos os outros, e o chacoalhou incessantemente tentando acordá-lo.
O grito durou mais alguns segundos e, assim como veio do nada, sumiu de repente.
“[...] Mas eu já não era mais eu. Era como se fosse um mero espectador dentro do “meu” corpo, que na verdade nem ao menos me pertencia.
Senti uma dor nauseante ao ter meu Espírito separado do corpo que antes o abrigava, e não pude resistir àquela dor, gritando como nunca havia gritado antes. Aquela dor me invadiu e o grito foi aterrorizador. Quando a separação se completou me encontrei flutuando alguns metros acima daquele meu “casulo”. Olhei para baixo e vi pela primeira vez aquele que até pouco tempo atrás era “eu”. Algo nos traços e nas vestes daquele ser me lembrava um jovem guerreiro da Tribo da Água, mas não como nenhum outro que eu já tivesse conhecido. As roupas eram muito mais antigas, de uma outra época muito distante, e suas feições eram cansadas.
O jovem se encaminhou para dentro de uma cabine e eu o segui a uma distância que considerei segura. Ao entrar na grande sala negra ele se ajoelhou e curvou o torso lentamente em reverência.
- Trouxe o que eu preciso? – A voz gutural vinha do Espírito que estava sentado em um trono negro como a noite, no centro do cômodo. Não pude deixar de me arrepiar ao ouví-la.
- Sim, Senhor. Aqui está. – O jovem, que havia se aproximado cautelosamente do trono, estendia uma pequena caixinha incrustada com jades e ouro, formando o símbolo do Reino da Terra. – Eles quase me capturaram. Quase morri tentando fugir do exército do Rei... Se não fosse pela camuflagem perto do navio eu teria si...
Com um gesto da mão do Senhor do Caos o jovem se calou, deixando um silêncio tenebroso no ambiente.
- Você completou sua missão, provou seu valor. Sabe que já estou interessado em você há algum tempo, é uma boa aquisição para minha coleção. E nesse último desafio... Hehehe... Se saiu muito bem! – Um sorriso maroto brincava na boca do Espírito enquanto fazia aquele último discurso para seu novo guerreiro. – Aproxime-se!
Obedecendo ao comando o jovem guerreiro se aproximou o máximo que conseguiu do Senhor do Caos, o mais perto que seu medo e bom senso permitiam.
Com um gesto da mão do Espírito o jovem se imobilizou onde estava. Agora não havia como fugir ou voltar atrás. Uma névoa negra inundava o chão, se movendo decididamente na direção do guerreiro. Ela começou a subir por seus pés e pernas, se envolvendo em cada parte do corpo em que tocava e pressionando com uma força impossível de imaginar, um abraço da morte. Eu observava atônito a cara de dor e medo do jovem conforme a névoa negra ia "devorando" seu corpo, subindo lentamente pelo tronco, já alcançando as costelas. Voei em sua direção tentando ajudá-lo, já pensando em como livrá-lo daquele sofrimento, mas quando estava a poucos centímetros de alcançá-lo uma espécie de parede invisível barrou minha passagem, me fazendo cair de costas no chão.
Me levantei a tempo de ver a névoa alcançado a base do queixo do rapaz, um grito de dor finalmente emergindo de sua boca e enchendo todo o ambiente. Olhei apavorado para o Senhor do Caos e os homens que o ladeavam, como uma espécie de guarda-costas, esperando ver qualquer traço de compaixão ou algum outro sentimento, mas o rosto de todos era um completo vazio.
O som parou abruptamente e me virei para ver o que havia acontecido. No lugar em que antes estava o corpo do rapaz, tudo o que eu podia ver agora era uma grande massa de névoa negra, se agitando e chacoalhando. Aos poucos, quando ela começou a dissipar, pude finalmente ver o que havia acontecido com o guerreiro, e aquela visão quase me fez cair sentado. Tudo o que havia agora era um esqueleto com o brilho de uma chama negra na cavidade dos olhos. Não podia mais sentir nenhum traço de humanidade naquele... ser.
- Você será um guerreiro de grande valor. Agora você é um dos meus Imortais!”
Katara já não agüentava mais ficar no quarto. Estava passando mal, se sentindo sufocada e pressionada, e então decidiu sair. Mesmo com os olhares preocupados de todos, ela ignorou e passou pela porta do quarto. Desceu pelas escadas, passou pela porta da frente e caminhou sem saber ao certo para onde. Andou por algum tempo, dando voltas pela cidade, até que se tocou do lugar onde parara: a Praça Central. Olhou por um momento para a fonte que jorrava água cristalina e soltou um longo suspiro. Sentou-se no mesmo banco de outro dia, e os sentimentos de tristeza, abandono e impotência voltaram com força total à sua mente.
Ela olhou para a Lua, na tentativa de mais uma vez retirar forças dela, e quem sabe até receber outra visita de Yuê, mas esta noite estava fria e sombria, completamente diferente da outra noite.
- Por favor... Eu preciso de ajuda... – Katara sussurrou à leve brisa que soprou no momento, esperando que sua mensagem fosse ouvida por alguém; pessoa, espírito ou qualquer outro que pudesse ajudá-la.
A brisa se intensificou por alguns segundos, deixando Katara um pouco mais relaxada.
- É só que... É muito difícil vê-lo daquele jeito – Katara precisava desabafar, mesmo que só para o vento. Ela começou a mexer com as barras da roupa, mostrando uma evidente ansiedade. – Ainda mais na situação em que nós estamos, assim brigados... – Ela estava cabisbaixa, olhando para os pés inquietos – Eu me sinto tão mal por tudo que disse para Caynne outro dia... Eu já não ligo mais se todo mundo está casando e nós não, se estamos parados no tempo. Eu só quero ele de volta...
Katara deitou-se no banco e ficou encolhida e, não agüentando mais, começou a chorar.
“Presenciar aquela ‘mudança’ me deixou completamente enojado. Ver a vida de uma pessoa se esvaindo de seu corpo daquela forma era aterrorizante. E o que mais me espantava era saber que aquele jovem tinha se entregado de livre e espontânea vontade. Ele sabia o que ia acontecer e mesmo assim decidiu se entregar ao Espírito. Como alguém poderia querer aquilo para si mesmo?
O espanto foi tanto que nem percebi que a cena havia mudado. Estava dentro de uma sala grande e luxuosa. Tudo assumia tons de verde, dourado e bege clarinho. Um longo tapete verde atravessava todo o salão, indo da grande porta que dava acesso à sala até uma espécie de trono que ficava no outro extremo do ambiente, e soldados trajados com armaduras de um tom verde escuro com o brasão do Reino da Terra ladeavam todo o comprimento do tapete. Ao lado do trono havia um grande pedestal de uma pura pedra negra, e em cima dele um cofre de médio porte de ouro maciço com a porta arrebentada.
A porta do salão se abriu abruptamente e quatro soldados entraram carregando um homem que parecia estar semi-inconsciente, e avançaram até parar a alguns metros do trono. Do lado direito do trono um mensageiro aguardava com um cetro na mão, e assim que viu os homens entrando bateu o objeto três vezes no chão, sinalizando a chegada dos soldados. Uma porta lateral se abriu imediatamente, e um homem entrou no salão e sentou no trono.
- Soldados, aproximem-se! – Ordenava o rei com tom de poucos amigos.
- Rei. – Disse um dos quatro soldados fazendo uma reverência – Esse é o homem que encontramos próximo aos muros do castelo. O comparsa dele conseguiu fugir, mas parece que passou a perna nesse daqui e o deixou para trás.
O rei levantou-se de seu trono e caminhou lentamente em direção ao grupo, examinando o prisioneiro que agora estava caído no chão.
-Então... Explique-se. – Exigia o rei – Como você e seu cúmplice conseguiram invadir meu castelo, entrar no salão de guerra e roubar nosso bem mais precioso, e tudo isso sem ninguém ver nada?
O acusado continuava deitado no chão, recobrando aos poucos sua consciência, mas se recusando a falar. Poucos segundos foram necessários para que ele voltasse ao normal e recuperasse suas forças e o controle sobre suas ações. Começou a se erguer lentamente e ficou de joelhos. Mas ainda se recusava a falar.
- Você tem alguma idéia da gravidade do que fizeram? Da importância do conteúdo daquela caixinha? Acha que estava dentro daquele cofre só por enfeite? Na situação em que o mundo está atualmente, se aquela caixinha cair nas mãos erradas será a ruína do Reino da Terra – o rei falava com uma ferocidade animalesca, temendo que o comentário virasse realidade.
Aquele diálogo estava começando a me assustar um pouco, mas não conseguia entender o que estava acontecendo. Afinal, o que havia naquela caixinha? E como assim “na situação em que o mundo está atualmente”?
Justo na hora em que o acusado ia começar a falar eu comecei a me sentir meio tonto e toda a cena começou a tremeluzir e desaparecer. Tudo começou a ficar mais escuro, e os sons estavam distorcidos e distantes. Me sentia como se estivesse saindo de um grande torpor, como alguém que está acordando de um sono profundo.”
A inconsciência de Aang voltara a preocupar todos. Muitas horas já haviam se passado desde que Anila havia tentando acalmar o grupo, e o efeito tranqüilizante de suas palavras já havia se dispersado. A verdade era que ninguém imaginava o que estava acontecendo e todos estavam com medo.
- Hey! Olhem!!
Caynne foi a primeira a reparar e logo alertou a todos. A novidade? Aang finalmente havia acordado e estava de olhos abertos.
- Aang! – Zuko, que estava perto da porta, correu até a cama e abraçou o amigo. – Estávamos preocupados com você, cara! Você tem alguma idéia de quanto tempo passou nessa cama? E a Katara então? Quase teve um ataque cardíaco!
- Katara... – sussurrou Aang – Onde... onde ela está? – Ele começou a olhar desesperadamente de um lado para o outro a procurando.
- Ah! Ela saiu faz um tempinho para tentar relaxar um pouco, porque tava quase surtando aqui. Ela tá aqui perto, peraí que vou chamar ela rapidinho. ¬– Caynne começou a correr animada em direção a porta, com a certeza de que agora todos os problemas da amiga iriam se solucionar.
- NÃÃO! – Gritou Aang, tentando levantar da cama de um pulo, mas como ele ainda estava um pouco fraco e o movimento foi muito rápido ele acabou caindo sentado na beira do colchão. Quando viu a cara assustada de todos, por causa daquela reação tão negativa, tratou de disfarçar. – Erhh... Não precisa. Quero dizer, não agora. Eu ainda preciso me recuperar um pouco. Pode deixar que eu mesmo falo com ela...
- Bom gente, – Hakoda se levantou da poltrona onde estava e começou a se encaminhar para a porta – acho melhor a gente deixar o Aang se recuperar um pouco. Vamos, melhor a gente sair. Gran Gran, será que você poderia preparar alguma coisa para ele comer?
- Claro! Alguém me ajuda? – Gran Gran saiu do quarto puxando algumas pessoas que estavam no caminho.
Quase todos já haviam saído do quarto, apenas Zuko continuava com Aang.
- Humm... Você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, né? Só para saber. – Disse dando uns tapinhas no ombro do amigo e saindo do cômodo.
- Eh, acho que as coisas são piores do que eu imaginava – murmurou Aang para si mesmo, se jogando de costas no chão.
Obs: Bom, como havia comentado anteriomente, + uma pessoa do ALC entraria na história... E a pessoa da vez foi a Ana Flávia, que usei de inspiração para a Anila, mais jovem aprendiz de dobra de ar e uma das melhores amigas de Aang ^^
Obs²: Novamente, me desculpem pela demora... Hahaha... Vou tentar não repetir esse problema com os próximo.